terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sustentabilidade nas empresas de Dois Vizinhos, 04/02/2010

Texto publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança de Dois Vizinhos, Paraná.

A preocupação com os impactos ambientais não é recente e há anos vem tomando um grande e importante espaço nas discussões mundiais, nos meios acadêmicos e estudiosos do mundo todo, entretanto, as ações preventivas e remediadoras ganharam maior importância somente quando a questão ambiental se tornou definitivamente uma crise no planeta ou quando as empresas e seus executivos perceberam as reais possibilidades de ganhos ao assumir responsabilidades socioambientais e promover a sustentabilidade de seus negócios e dos meios em que se desenvolvem, pois notavelmente as conseqüências ambientais que surgem como uma resposta da natureza à ação humana são catastróficas e sem escolha de raças e classe econômica.
Com o crescimento demográfico mundial, novas tecnologias, e um setor industrial que cresce a cada dia, é necessário ressaltar que os recursos naturais são limitados e fundamentais para a sobrevivência humana. Neste ponto é possível evidenciar a interdependência entre a economia, sociedade e meio ambiente.
Portanto, ao pensar em ações preventivas e sustentabilidade todos têm seu papel a desempenhar, e as empresas têm um papel de maior destaque, adotando uma relação responsável com o meio ambiente, sendo elas as maiores causadoras de impactos – sociais e ambientais, lembrando também que atualmente os próprios consumidores estão mais exigentes e conscientes em relação ao assunto e determinando a extensão dos mercados e abrangência de produtos e marcas. Neste sentido, as empresas possuem inúmeras formas de trabalhar de maneira sustentável sem impedir o crescimento econômico da mesma, contribuir com o meio ambiente e ainda atender às necessidades de seus clientes preocupados ou não com as questões socioambiental.
No sudoeste do Paraná, destacando a cidade de Dois Vizinhos, é possível notar uma grande iniciativa por parte de empresários no setor industrial que estão buscando regularização junto aos órgãos ambientais (IAP – Instituto Ambiental do Paraná), não somente por exigência dos órgãos públicos, mas também pela consciência de um crescimento sustentável para a região.
Sem duvida alguma, existem diversas formas de se desenvolver sustentabilidade e promover a responsabilidade socioambiental. Para a ONU e o Banco Mundial a mais efetiva delas é a voluntária, quando os agentes promotores dos impactos, sensibilizam-se e iniciam uma campanha própria e ou em parceria com outras Empresas e Governo a mudarem suas atitudes e valores.
Na noite de quarta-feira 03/02/2010, fui convidado por um grupo de empresários a participar de uma reunião, na sede da ACEDV em Dois Vizinhos, sobre sustentabilidade e responsabilidade socioambiental empresarial. E para minha maior surpresa este grupo de empresários esta buscando desenvolver atividades de melhoria a qualidade de vida da população Duovizinhense de modo geral e também melhorar significativa a vida de cidadãos que atualmente encontram-se abaixo da linha de pobreza, para ser mais exato, segundo dados apresentados por este grupo, 20% da população de Dois Vizinho ou aproximadamente 7.142 pessoas estão vivendo esta situação.
É importante que empresários tenham consciência de que trabalhar em condições favoráveis ao meio ambiente e propiciando o desenvolvimento integral do ser humana, não é um custo adicional sem retorno, muito pelo contrario, o retorno pode ser sentido já no curto prazo e para o longo prazo este retorno será muito satisfatório e definitivamente continuo.
Talvez este grupo de empresarial esteja dando seus primeiros passos – primeiros passos em um longo caminho, que certamente necessitará de muitos outros passos, porém estes passos são de extrema importância e necessários para a sustentabilidade de Dois Vizinhos e do Sudoeste do Paraná, pois eu diria que estamos aproximadamente 18 anos atrasados, mas mais importante do que tudo é a iniciativa, é este começo, e não há nada a lamentar e sim a celebrar. Atitudes como estas, deste Grupo de Empresários, precisam urgentemente ser seguidas, não só no domínio urbano, mas também na zona rural de nosso município e região.
Algumas alternativas que as empresas podem tomar de imediato, são os programas de qualidade total, tipo Série ISO, implantação de sistemas de gestão ambiental, projetos ambientais, programas de sustentabilidade que atendam as necessidades dos seus colaboradores diretos, indiretos e sociedade como um todo, além de iniciativas que diminuem e/ou reaproveitem os recursos no processo produtivo, até a correta disposição final dos resíduos.
Estas iniciativas podem ser desenvolvidas através de ações individuais e/ou ainda, através de parcerias publica/privada, através de novas políticas que estimulem, mais e mais, aos empresários a engajarem-se neste movimento, trazendo-lhes benefícios imediatos e futuros, diretos e indiretos.
Todas as medidas de prevenção ou reparação de impactos e danos socioambientais vem em auxilio as empresas a cumprirem seus compromissos com o meio ambiente e a própria sociedade na qual se inserem, buscando o equilíbrio da proteção ambiental e prevenção da poluição, alem de impor uma nova visão para assim aumentar a percepção das organizações com relação a importância da interação entre a economia e natureza ou do desenvolvimento e da preservação.
Segundo algums economistas sociais de renome internacional, o mundo necessita de 49 pessoas inovadoras e comprometidas com as questões de responsabilidade socioambiental, sustentabilidade e que desejam transformar o atual quadro de degradação humana e ambiental. Na reunião de quarta-feira, promovida pela FACIAP, CACISPAR e ACEDV, estavam presentes cerca de 20 pessoas (empresários) que desejam mudar Dois Vizinhos. Numero este mais do que suficiente para atingir os resultados esperados.
Portanto, apesar do muito que se tem pela frente, novamente parabenizo este grupo de empresários por sua iniciativa e convido a muitos outros empresários a participarem e realmente vir a construir uma realidade muito mais diferente, muito mais responsável e sustentável.
Este artigo foi elaborado pela acadêmica Aline Cristiane Bocca do 7º período de Engenharia Ambiental, sob a orientação do Prof. Marcelo Langer da UNISEP.

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