quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O entrave entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental


Este artigo foi publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

O progresso econômico é de grande importância para o desenvolvimento das sociedades. Entretanto, conceber a economia segundo indicadores que levem em conta todas as dimensões sociais e ecológicas da atividade econômica, valorizando aquelas que são úteis à família, à comunidade e ao meio ambiente, não interessa à concepção econômica atual. Essa despreocupação com as questões ambientais na busca pela agregação de riquezas resulta em consequências severas não apenas para a biota, mas também para o próprio homem. Diante desta situação, surgiu a idéia de desenvolvimento sustentável.


Para alcançar o desenvolvimento econômico na agricultura e na pecuária, os desmatamentos foram inevitáveis. Anualmente, extensas áreas continuam sendo suprimidas para o plantio de espécies agrícolas, como milho e soja, ou para a criação de gado. Estas atividades têm sido realizadas em grande escala no Mato Grosso e na região Amazônica brasileira. Conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real - DETER (2010), em Maio de 2010 foram desmatados 51,9 Km² no Mato grosso e 9,8 Km² na Amazônia. Os desmatamentos causam danos imensuráveis à fauna, à flora e também a toda humanidade. Muitas das áreas suprimidas ainda não haviam sido estudadas e nelas poderia haver plantas que pudessem ser utilizadas para a cura de muitas doenças, como o câncer. Além disso, nas áreas desmatadas poderia haver plantas endêmicas de grande valor ornamental.

As queimadas são atividades comuns para o desenvolvimento econômico da agricultura e da pecuária. Além de descaracterizar o bioma local, a prática tanto do desmatamento, como das queimadas, altera as condições edafoclimáticas. Com as queimadas, ocorre perda de nutrientes do solo (como nitrogênio e enxofre que são perdidos na própria queima), aumento da erosão (pois o solo fica desprotegido) e a morte de animais e microorganismos (que realizam a nitrificação ou a decomposição da matéria orgânica). A emissão de Dióxido de Carbono (CO2), resultante das queimadas, além de gerar poluição atmosférica, contribui para agravar o aquecimento global.

A atividade econômica desempenhada pelas indústrias, sem ter cautela com o meio ambiente, também resulta em consequências consideráveis. A emissão de poluentes atmosféricos ocasiona o aumento de doenças respiratórias e o aquecimento do planeta. As consequências do aquecimento global são alarmantes e desastrosas. Além do aumento na intensidade e frequência dos fenômenos meteorológicos a exemplo dos tornados, furacões e enchentes. Outra consequência é o derretimento das geleiras, o qual provoca o aumento do nível dos oceanos, o que ocasionará a inundação de áreas, gerando mortes, feridos, desalojados e perda de bens materiais (perda de milhões de dólares). Algumas indústrias lançam poluentes aos rios, prejudicando a ictiofauna e a qualidade da água doce, a qual é um recurso escasso, insubstituível e muito disputado.

Tendo em vista todas estas consequências resultantes da busca incessante pelo desenvolvimento econômico e pelo capital, alguns países resolveram promover o desenvolvimento sustentável, o qual consiste em promover o desenvolvimento econômico, preservando os recursos naturais, para que as futuras gerações possam desfrutar destes recursos em quantidade e qualidade adequadas.

É possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais realizando algumas atividades, como utilizar fontes alternativas de energias renováveis e limpas, como: energia solar, eólica e biodigestores. Além do uso de combustíveis renováveis, carros elétricos ou solares, e outras tecnologias limpas. Além, é obvio, de políticas publicas que as promovam.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, Samara Pozzan da Rocha, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer.