terça-feira, 15 de março de 2011

Traços gerais do direito ambiental brasileiro

Texto publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

A exploração de florestas bem como a poluição do meio ambiente são fatores importantes e que geram debates em todas as faixas etárias e níveis sociais. Desde muito tempo as pessoas tem se beneficiado dos recursos da natureza de forma irracional, agem de “olhos fechados” para as consequências causadas ao meio ambiente, mesmo que essas já estejam refletindo diretamente em suas vidas.


É inaceitável a idéia de que apesar das mudanças climáticas sentidas nestes dias, as pessoas continuam poluindo a água, o ar e os solos. Também, as empresas continuam despejando produtos químicos nos rios ou liberando grandes quantidades de gases tóxicos na atmosfera, sem a menor consideração ou preocupação.

Outro fator contribuinte para a degradação da qualidade ambiental do planeta é o desmatamento ilegal de florestas nativas, como no caso do Brasil, principalmente na Amazônia Legal, onde todos os dias são extraídos aproximadamente 68,5mil m3 de madeira, equivalente a 25milhões m3 de floresta derrubada, e estimando-se que 90% dessa madeira sejam ilegais.

A idéia de direito ambiental está relacionada com a preservação e proteção da vida, relacionando-o ao uso e a exploração de todos os recursos que a natureza proporciona aos seres humanos de forma sustentável e consciente.

A Constituição Brasileira de 1998, no artigo 225, estabelece que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações”.

O meio ambiente é um patrimônio público que deve ser protegido. Deve haver a racionalização para o uso do solo, do ar, da água e uma fiscalização rígida sobre isso. A Lei 6.938/81 em seu artigo 2 prevê a recuperação de áreas degradadas, incentivo para pesquisas, educação ambiental para todos os níveis, objetivando capacitar as pessoas para a defesa do meio ambiente. E de acordo com esta Lei os danos causados ao meio ambiente são de responsabilidade civil e criminal do poluidor.

Os poluidores devem assinar o TAC - Termos de Ajustamento e Conduta, porém, esses nem sempre são cumpridos, e alem disso, muitas vezes não prevêem a recuperação da extensão total do dano causado ao Meio Ambiente.

As empresas que são as maiores poluidoras do meio ambiente, geralmente parecem impunes. Embora haja multas ao dano causado, essas não são suficientes para a reparação do mesmo, pois a natureza tem um ciclo de produção e vida, e demora um período para restabelecer o seu equilíbrio ecológico. Essas multas deveriam ser revertidas em ações diretas ao meio ambiente, e em quantidades de área maior do que aquela que foi prejudicada, considerando-se todos os danos indiretos dessa ação.

A natureza pede socorro. Basta olhar e ver todas as catástrofes, como falta de água, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, enchentes, desmoronamentos, etc. Há quem, ainda, não se importe com isso – Lamentável!

Somos os responsáveis por tudo que está acontecendo e por tudo que pode ser mudado. Há uma minoria de pessoas que se preocupa e que faz sua parte para cuidar e tentar mudar nossa realidade, contudo isso não é o suficiente. Precisamos de Leis mais rigorosas e Políticas Públicas efetivas, que realmente tratem do problema com seriedade.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica do Curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, Cassiane Stella Teixeira, sob a orientação e revisão final do Prof. Marcelo Langer.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O entrave entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental


Este artigo foi publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

O progresso econômico é de grande importância para o desenvolvimento das sociedades. Entretanto, conceber a economia segundo indicadores que levem em conta todas as dimensões sociais e ecológicas da atividade econômica, valorizando aquelas que são úteis à família, à comunidade e ao meio ambiente, não interessa à concepção econômica atual. Essa despreocupação com as questões ambientais na busca pela agregação de riquezas resulta em consequências severas não apenas para a biota, mas também para o próprio homem. Diante desta situação, surgiu a idéia de desenvolvimento sustentável.


Para alcançar o desenvolvimento econômico na agricultura e na pecuária, os desmatamentos foram inevitáveis. Anualmente, extensas áreas continuam sendo suprimidas para o plantio de espécies agrícolas, como milho e soja, ou para a criação de gado. Estas atividades têm sido realizadas em grande escala no Mato Grosso e na região Amazônica brasileira. Conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real - DETER (2010), em Maio de 2010 foram desmatados 51,9 Km² no Mato grosso e 9,8 Km² na Amazônia. Os desmatamentos causam danos imensuráveis à fauna, à flora e também a toda humanidade. Muitas das áreas suprimidas ainda não haviam sido estudadas e nelas poderia haver plantas que pudessem ser utilizadas para a cura de muitas doenças, como o câncer. Além disso, nas áreas desmatadas poderia haver plantas endêmicas de grande valor ornamental.

As queimadas são atividades comuns para o desenvolvimento econômico da agricultura e da pecuária. Além de descaracterizar o bioma local, a prática tanto do desmatamento, como das queimadas, altera as condições edafoclimáticas. Com as queimadas, ocorre perda de nutrientes do solo (como nitrogênio e enxofre que são perdidos na própria queima), aumento da erosão (pois o solo fica desprotegido) e a morte de animais e microorganismos (que realizam a nitrificação ou a decomposição da matéria orgânica). A emissão de Dióxido de Carbono (CO2), resultante das queimadas, além de gerar poluição atmosférica, contribui para agravar o aquecimento global.

A atividade econômica desempenhada pelas indústrias, sem ter cautela com o meio ambiente, também resulta em consequências consideráveis. A emissão de poluentes atmosféricos ocasiona o aumento de doenças respiratórias e o aquecimento do planeta. As consequências do aquecimento global são alarmantes e desastrosas. Além do aumento na intensidade e frequência dos fenômenos meteorológicos a exemplo dos tornados, furacões e enchentes. Outra consequência é o derretimento das geleiras, o qual provoca o aumento do nível dos oceanos, o que ocasionará a inundação de áreas, gerando mortes, feridos, desalojados e perda de bens materiais (perda de milhões de dólares). Algumas indústrias lançam poluentes aos rios, prejudicando a ictiofauna e a qualidade da água doce, a qual é um recurso escasso, insubstituível e muito disputado.

Tendo em vista todas estas consequências resultantes da busca incessante pelo desenvolvimento econômico e pelo capital, alguns países resolveram promover o desenvolvimento sustentável, o qual consiste em promover o desenvolvimento econômico, preservando os recursos naturais, para que as futuras gerações possam desfrutar destes recursos em quantidade e qualidade adequadas.

É possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais realizando algumas atividades, como utilizar fontes alternativas de energias renováveis e limpas, como: energia solar, eólica e biodigestores. Além do uso de combustíveis renováveis, carros elétricos ou solares, e outras tecnologias limpas. Além, é obvio, de políticas publicas que as promovam.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, Samara Pozzan da Rocha, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CATASTROFES NATURAIS CATARINENSES E O AQUECIMENTO GLOBAL

Artigo publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

Podemos estar nos perguntando de onde vem tanta água? Se o Planeta continua o mesmo, não houve aumento do tamanho do Planeta Terra e tão pouco há água no espaço! Então com a mesma quantidade de oceanos e terras, de onde vem tanta chuva?


Ainda não é possível assegurar com certeza que tais eventos ambientais são resultados do aumento de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas. Entretanto, acompanhamos nos últimos anos que as regiões que anteriormente permaneciam congeladas por todo o ano, agora ou estão derretendo ou já perderam grande parte de sua capa de gelo.

Sabemos que este derretimento é causado pelo aquecimento da temperatura atmosférica, que nas últimas décadas elevou-se em 0,5°C. Desta maneira além do derretimento, a elevação da temperatura global eleva, também, as taxas de evapotranspiração da superfície terrestre e do oceano, aumentando assim a concentração de vapor d’água na atmosfera e consequentemente de chuvas em períodos distintos e com intensidades diversas.

Na década de 70, pesquisadores alertavam para os problemas ambientais de causa climática, que o planeta sentiria no futuro, devido ao descuido do homem com o meio ambiente. Os avisos já são mais necessários. As catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo. Aquele futuro já chegou e agora nossos desafios passam a ser dois: se adaptar à iminência de novos e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para amenizar o impacto dos fenômenos testemunhados.

O aquecimento global atual é uma soma das ações do passado com as ações presentes. Não há, a médio prazo, nenhuma alternativa energética com potencial de substituir os combustíveis fósseis em larga escala. Para mudar radicalmente as emissões, seriam necessárias intervenções muito profundas, que dificilmente seriam feitas de uma hora para outra. O ritmo de implementação das ações previstas no Protocolo de Kyoto, principal instrumento da ONU para a redução das emissões de gases do efeito estufa, está sendo mais lento do que se esperava.

Embora o aquecimento global seja irreversível, devido às alterações já realizadas no meio ambiente e a necessidade de manter o crescimento e desenvolvimento da população mundial, ele pode ser maior ou menor, dependendo dos esforços que venham a ser realizados neste século. Mais do que tudo, é preciso que haja uma ampla difusão das causas e das consequências das mudanças climáticas.

O aquecimento global pode trazer problemas graves para todo o planeta, incluindo plantas, animais e seres humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando o regime das plantações e florestas.

Algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos e/ou secas e temperaturas excessivas. O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição. Já estão sendo registrados movimentos migratórios humanos devido as alterações climáticas ambientais.

No caso do aquecimento, se o mundo parar de emitir gases de efeito estufa hoje, o problema ainda levará séculos para ser resolvido. Alguns limites já foram até ultrapassados. O melhor exemplo é o gelo ártico. Não há mais o que fazer. Não se podem esperar mais cinco ou dez anos para começar a agir vigorosamente.

Se a temperatura elevar-se em 2°C, sistemas de chuvas e secas se alteram, mas as formas de vida que conhecemos ainda conseguem se adaptar. Com uma elevação de 5°C, o clima da Terra entra em colapso exterminando a agricultura e a pecuária em boa parte das zonas tropicais, inundando cidades e tornando freqüente a ocorrência de furacões em quase todos os oceanos, inclusive o nosso Atlântico Sul. E a isso já estamos testemunhando nos dias de hoje, nosso Estado registrou oficialmente o primeiro furacão em território brasileiro.

Mesmo em um cenário mais favorável, com a elevação da temperatura em 1,0°C, parte do lençol freático irá desaparecer, paradoxalmente, as chuvas incomuns que ocorreram em 2004 (choveu em um mês mais que toda a taxa anual), as que estão ocorrendo neste mês de janeiro e que seguramente continuarão ocorrendo, aumentando a erosão do solo, assoreamento de rios, deslizamento de encostas e causa milhares de mortes, como estamos testemunhando neste momento. Novamente nosso estado está sofrendo com as chuvas, já são 30 municípios catarinenses ou em estado de alerta total ou em estado de calamidade publica.

Precisamos tomar providências políticas sérias imediatas. Pois, a situação do Planeta já é bastante critica, demonstrando na prática, o que, para os mais céticos, até pouco tempo eram somente teorias.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica Indianara Bagatini do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cartas à Mesa.

Nestes últimos 10 dias, temos sido testemunhas de alguns fatos, além dos milhares de vitimas e pessoas que perderam suas vidas, estamos acompanhando a ineficiência governamental para lidar com a atual situação de tragédia.


Também estamos vendo exemplos de solidariedade, compaixão, dignidade e comoção pública. Numa tentativa de ajudar a estas vítimas que se encontram psicologicamente arrasados, economicamente desprovidos e carentes de afeto e ternura, pois seus “portos sólidos” foram destruídos, assim como muitos dos seus conhecidos e familiares partiram de forma trágica e imensamente dolorosa. Estas vítimas sobreviventes, heróis e heroínas, que neste momento se encontram desabrigados e sem esperanças, temendo por seus futuros e de seus familiares e dependentes, precisam de apoio, de carinho, de ajuda e donativos.

E outro grupo que além de contribuir com donativos acredita e espera que o atual sistema político de corrupção, omissão, ineficiência e impunidade possa mudar nesse nosso maravilhoso país, pois caso isso não ocorra imediatamente, continuaremos lamentando no futuro próximo perdas que poderiam ter sido evitadas.

Como disse um amigo meu, neste momento de comoção e tristeza muitos surgirão para fazer discursos e vender imagens de salvadores da pátria e por isso temos que ter cuidado com o que apoiamos ou nos envolvemos. Mas o fato é, precisamos fazer algo efetivo, por que não podemos continuar neste sistema de incapacidade governamental e falta de lideranças.

Vejamos o exemplo da Austrália que teve uma grande catástrofe ambiental nesta época, mas somente 30 pessoas morreram. As vitimas já receberam recursos do governo, sem burocracia, sem necessidade de comprovações, mais do que a própria tragédia já comprova. Além disso, nesse país as vitimas serão atendidas e terão suas vidas reconstruídas rapidamente, porque existe o seguro publico e o seguro privado, que tratarão de repor as condições básicas necessárias à retomada da vida, do cotidiano e da produtividade econômica do país.

Agora voltando ao nosso país e a região serrana do Rio de Janeiro. Tecnicamente falando, as construções foram edificadas em locais inapropriados e com a concessão governamental (descaso político), que para não se indispor com seus futuros eleitores, acaba, no nosso tão conhecido sistema corruptível, concordando e permitindo a permanência destas construções civis em áreas de preservação.

Estas áreas são regidas por Leis e, portanto, deveriam estar livre de qualquer tipo de edificação ou atividade humana, servindo somente à preservação das margens dos leitos do Rio. Entretanto, não é o que vemos, não somente na região serrana do Rio de Janeiro, mas infelizmente em todo o país.

Desta maneira cria-se um circulo de concessões e benesses, que acabam sendo a principal razão de toda esta tragédia e perdas.

Sabemos que a maioria da população brasileira ainda vota em função do retorno imediato que receberá do político: uma sesta básica, uma privada, uma consulta médica, e por ai vai. Infelizmente esta é a nossa realidade política.

Então, não querendo ser o advogado do diabo, mas precisamos por as cartas à mesa e encarar a verdade:

Primeiro, estamos vivendo esta situação de omissão, incompetência e impunidade política, por que o povo brasileiro não sabe eleger seus representantes;

Segundo, o povo não sabe escolher seus representantes por que não tem preparo, formação e educação para entender a gravidade do ato de trocar o voto; Não sabemos escrever, nosso sistema de ensino é sofrível e lamentável. Não há orgulho nenhum em nosso sistema de ensino, nem no privado e muito menos no público.

Terceiro, o governo é tão corrupto em todas as suas instancias, que permite que a sociedade continue agindo de forma contraria a Lei, e isso se deve simplesmente ao fato de que o nosso país é CORRUPTO em todas as suas esferas;

Quarto, precisamos entender que governar é diferente de liderar. Nós temos Governo, mas não temos lideres positivos, um líder se faz por sua honestidade, caráter, sendo de justiça, esforço, e principalmente por estar junto e presente com sua equipe. O narcotráfico brasileiro tem lideres e por isso torna-se mais eficiente que o Governo, mesmo estando encarcerado em prisões, continua liderando todo o comercio de drogas no país.

Quinto, há um grande erro em acreditar que ser bondoso é ser passivo, é aceitar a impunidade, corrupção, bandidagem, roubos, violência, desprezo e principalmente se omitir diante dos fatos. Erramos quando não agimos e permitimos que o ladrão, o bandido, o assassino, o político, continue a tirar de nós, nosso bem maior: Nossa dignidade e capacidade de expressão pessoal e individual.

Sexto, não entendemos os nossos direito de individualidade e não sabemos agir em coletividade. Agir em coletividade não significa que devemos concordar plenamente com tudo que nos é colocado. Individualmente ainda temos nosso próprio pensamento, porem com todas as diferenças que existam nas individualidades, precisamos aprender a agir coletivamente em todos os momentos de nossas vidas e não somente em momentos de tragédias.

Sétimo, os políticos deveriam aprender que as Leis devem ser feitas por técnicos, especialistas das diferentes áreas e com a anuência de membros da sociedade; e que o seu papel é aprová-las ou não, e acima de tudo garantir a sua aplicação efetivamente, sem desvios, sem “entendimentos e favores”. Enquanto nossos políticos insistirem na elaboração de Leis tendenciosas, sofreremos a desgraça de um país com futuro, mas que não consegue sair da lama.

Enquanto este ciclo vicioso continuar, não estaremos resolvendo nada e sim continuaremos sofrendo de diversas maneiras, com tragédias ou sem elas, pois a miséria, a falta de saúde, educação, infra-estrutura, saneamento básico, pobreza aqui no Brasil e carta plenamente jogada e aceita em todas as mesas nacionais.

Precisamos neste momento continuar ajudando a todos as vitimas deste sistema político vigente, mas precisamos acordar deste estado de “fadas” em que o Brasil é visto como um país maravilhoso. Nosso país não é maravilhoso! É triste, é sofrível, é lamentável, é vergonhoso.

Nossa população é solidária, é forte é batalhadora, trabalha como nenhuma outra... Mas infelizmente passiva e conivente com o seu próprio estado de miséria absoluta e total. Devemos ser pacíficos, não sou favorável a guerra, mas não podemos continuar sendo omissos, passivos e coniventes com esta atual situação de indignidade humana em que vivemos.

Vamos ajudar sim. A todos os que necessitam, sem distinção ou pré-julgamento. Mas é hora de mudar esta indústria da miséria brasileira. Não digo FORA aos políticos e partidos... Mas digo FORA aos incompetentes, aproveitadores, ineficientes e corruptos nacionais.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Meio Ambiente, Código Florestal e as Tragédias Ambientais

Antes de comentar sobre a intenção de políticos, quando propõem um novo instrumento legal para o gerenciamento dos recursos naturais, inclusive ocupação e uso do solo, precisamos entender a proposta do vigente Código Florestal.

O Código Florestal foi estabelecido em 1965 e dentre vários pontos técnicos considerados, prevê a preservação de áreas naturais, conservação dos recursos naturais naquela época, em que o Brasil iniciava a intensificação da exploração de terras e florestas. Este código já sofreu algumas alterações ao longo destes 45 anos de sua existência.

Nessa perspectiva o Código Floresta estabelece, pois temas fundamentais: as áreas de preservação permanente (APP) e as áreas de reserva legal (RL).

De acordo com este Código, são APP as áreas que protegem a existência de qualquer forma de água no terreno, encostas e picos de morros e montanhas, além de áreas passiveis de riscos. Já reconhecendo a exploração das terras e florestas que estavam por vir, foram estabelecidas as RL, justamente para garantir a conservação dos recursos (valores) naturais especiais de cada ambiente e que o seu tamanho varia em função dos ecossistemas e regiões onde se localizam as propriedades.

Nos últimos anos, mesmo com a intenção de intensificar o registro destas áreas de RL pelo governo nacional, infelizmente os resultados obtidos estiveram muito longe do esperado.

De fato, o Código Florestal não distingue áreas urbanas de áreas rurais, pois considera, e está correto em fazê-lo, que todas as áreas utilizadas pelo homem têm a mesma origem. Entretanto, é preciso rever as atuais condições ambientais nacionais, pois nossas coberturas vegetais, ecossistemas, recursos naturais e necessidades humanas são completamente diferentes das existentes em 1965.

Especificamente ao que tenho observado como intenção de alguns políticos, e com todo respeito ao Valdir Colatto e a outros tantos políticos que tanto fizeram por seus municípios e regiões, e que tentam arduamente alterar o código florestal, preciso chamar a atenção para alguns pontos em seus discursos e proposta de Lei.

De fato o Código Florestal data de 1965 e apresenta-se atrasado para alguns aspectos técnicos e por isso requer revisão técnica e principalmente científica urgente, e desculpa, não somente política e empresarial.

Há outro erro, quando o Colatto em entrevista ao Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC diz que a aplicação do Código Florestal não evitou as tragédias. O problema é exatamente este: o código não foi e nem é respeitado, nem nas áreas urbanas e muito menos nas rurais, pois o governo permite que a população utilize áreas que deveriam ser preservadas; além de que o atual sistema de uso do solo altera o curso dos rios, sem nenhuma consideração aos registros históricos de maior e menor vazão dos mesmos, que deveriam ser considerados para a ordenação territorial, estabelecimento das margens de preservação, zoneamento econômico ecológico (ZEE) para uso do solo.

Assim, posso dizer que as tragédias aconteceram, por que exatamente o código não foi aplicado e nem respeitado, permitindo edificações às margens de rios e nas encostas de morros e montanhas (áreas de instabilidade geológica).

Concordo que precisamos de novas Leis de Ordenamento Territorial, ocupação e uso do solo, mas temo que a atual proposta do Novo Código Ambiental coordenada pelo Colatto, não considere aspectos fundamentais à preservação e conservação da natureza e muito menos à vida humana, pois esta levando em consideração questões econômicas e políticas acima das ambientais e naturais.

O Colatto poderia promover e buscar recursos para a organização de eventos científicos para tratar e discutir o tema, gerar diretrizes que depois de feitos, sirvam para determinar as bases de pesquisas científicas e assim obter resultados efetivos a todos os interesses e necessidades. Somente com parcerias técnicas, cientificas, econômicas, políticas e ambientais é que poderemos solucionar este assunto.

Assim, não tenho medo em afirmar que esta tragédia é consequência sim, da omissão do governo, do desrespeito ao meio ambiente e ao ser humano.

Não só o Governo do Rio de Janeiro, ou não usou, ou usou para outras atividades o recurso que deveria ter sido utilizado para evitar tal tragédia, mas também outros governos brasileiros não o fizeram.

São mais de 750 mortes já confirmadas, ainda há centenas de corpos desaparecidos e são milhares de pessoas desabrigadas, não só no RJ, mas também em vários outros estados brasileiros, inclusive SC.

Também ainda há muitos desabrigados das enchentes de novembro de 2008 aqui em SC.

Simplesmente comprovando que se o Governo realmente tivesse interesse isso tudo já poderia estar sendo resolvido.

E uma das atitudes, a mais importante é a aplicação do código florestal, no que versa sobre áreas de risco e de instabilidade física e geológica.

Colatto também levanta um ponto fundamental, Meio Ambiente e Florestas são diferentes.

As florestas fazem parte do conceito de Meio Ambiente, um Meio ambiente pode ser formado por florestas, campos, savanas, rios, mares, oceanos, atmosfera, pois cada uma destas formações é considerada como sendo recursos ambientais, que geram benefícios ao Homem e aos Animais (alguns pesquisadores consideram o Homem e os animais como componentes do Meio Ambiente).

Entretanto, quando falamos da área econômica florestal, devemos entender a atividade florestal da mesma maneira que compreendemos uma indústria: utilizando um espaço físico ambiental, e, portanto, sujeita às Leis Ambientais.

É preciso uma revisão completa sobre o tema, mas ela deve ser desprovida de interesses políticos, econômicos e empresariais, considerando o Homem em seu desenvolvimento e sustentabilidade, e a Natureza em seus valores e recursos capazes de não só gerar o desenvolvimento, mas também garantir a sustentabilidade humana.

Pois, caso contrário, continuaremos vivenciando tragédias e perdas de vida como as atuais e mesmo com investimentos para o controle destes eventos ambientais, não estaremos tratando das suas causas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

sul se mobiliza

O SUL SE MOBILIZA, SE SOLIDARIZA ÀS VITIMAS DA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO E LUTA PELO FINAL DA OMISSÃO DOS GOVERNANTES BRASILEIROS.

MEGA EVENTO EM PROL DA DIGNIDADE POLITICA BRASILEIRA E DAS VÍTIMAS DA SERRA DO RJ.


SOS- RIO DE JANEIRO
Data confirmada: 23.01.2011
Concentração: Canal do Jardim de Alah
Horário: 10:00hs
CAMISETA PRETA
FAIXA: FIM DA IMPUNIDADE, CABRAL ATRÁS DAS GRADES.
Maiores informações:
Lilian Claro: 041 78141183
Marcelo Langer: 041 92449222
skype:
marcelo.langer
lilianclaro
Ass.
Marcelo Langer


Se você é solidário às vitimas, ao sofrimento e dor dos milhares de pessoas no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros; Está cansado do descaso e respeito político aos cidadãos brasileiros; Não aceita mais simplesmente continuar contribuindo com dinheiro e outros donativos; Deseja que as atuais condições políticas mudem e que as calamidades vividas neste mês não se repitam no futuro, você não pode perder a oportunidade de unir-se a comitiva de Curitiba para ir até o Rio de Janeiro neste sábado dia 22 e participar do movimento que acontecerá no dia 23 conforme descrito acima.


Organize. Mobilize. Participe, Incentive, Promova, Divulgue... Ajude-nos a fazer deste momento de dor, O MOMENTO de virada na dignidade política brasileira e na transformação das ações sociais desorganizadas, e ineficientes.

Se você acredita que doar simplesmente não vai resolver o problema brasileiro, junte-se a nós e venha fazer parte desta comitiva que ira ao Rio de Janeiro para manifestar seu descontentamento e dar inicio a mudança que desejamos para nossos filhos.

Então se você este interessado em participar, ligue para nós e confirme a sua participação até as 20h00 desta sexta-feira dia 21/01/2011.

Não deixe passar esta oportunidade de dar inicio ao Brasil que você deseja para o futuro.

Aguardamos você. Ligue para nós! Agora! Não seja aquilo que você critica: passivo e omisso! De um basta na impunidade e incompetência do Governo Brasileiro.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A NATUREZA NOS DÁ A VIDA, A FALTA DE AÇÃO POLITICA NOS MATA.

Texto publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC e na coluna de Ruy Barrozo.
O meio ambiente oferece a nós seres vivos condições essenciais para uma sobrevivência e evolução. A sociedade humana necessita das condições dos fatores que o meio ambiente oferece para a sua sobrevivência, como o ar puro, o solo fértil, um clima ameno, água potável entre outros fatores. Não existe uma economia sem um ambiente estável. As pessoas, ainda não se conscientizaram que ao desenvolver suas atividades socioeconômicas, destroem de forma irracional as bases da sua própria sustentação, que dependem de uma base ecológica para a sua vida e de seus descendentes, vivem como se fossem a última geração sobre a Terra.

Uma grande preocupação Mundial que vem se agravando cada dia mais, é o aumento da liberação de gases que causa o efeito estufa pelas atividades humanas que causam muitas alterações ao meio ambiente.

As fábricas, indústrias e a ocupação irregular do território são as principais causas para o aumento excessivo desse processo, pois lançam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera todos os dias; também as atividades de alteração do uso da terra, lavouras, desmatamento e gado, que automaticamente potencializam o efeito estufa. A derrubada de florestas e a queima das mesmas geram o efeito estufa pelo fato de que elas regulam a temperatura, os ventos e o nível de chuvas em diversas regiões. Como as florestas estão diminuindo no mundo, a temperatura terrestre tem aumentado na mesma proporção.

O aquecimento global poderá levar à ocorrência de variações climáticas tais como: alteração na precipitação, elevação do nível dos oceanos (degelos) e ondas de calor, entre muitos exemplos que se poderiam citar. Assim, é natural registrar-se um aumento de situações de cheias que consequentemente irá aumentar os índices de mortalidade no planeta Terra (a ONU estima que até o ano de 2020 mais de 1 milhão de pessoas haverão morrido em consequência das mudanças climáticas).

A profunda alteração do clima terá uma influência desastrosa nas sociedades afetando a produção agrícola e as reservas de água, dando origem a alterações econômicas e sociais. O superaquecimento das regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e proliferação de insetos nocivos à saúde humana e animal, e a destruição de habitats naturais provoca o desaparecimento de espécies vegetais e animais.

As secas, inundações e furacões, com sequelas de destruição e morte irão intensificar e multiplicar-se.

Algumas medidas são tomadas pelos governos dos países e estados, pois faz parte de um tratado entre eles, cuidarem e preservarem o planeta em que vivemos, para que assim, sejam reduzidos os danos ambientais e as gerações vindouras tenham um clima estável e uma vida tranquila em relação ao planeta Terra.

Contudo, mesmo o conhecimento técnico, a conscientização da sociedade tendo aumentado nos últimos anos, ainda falta decisões políticas sérias, eficientes e comprometidas com a resolução deste problema, que dia-a-dia vem se agravando.

Neste presente momento somos testemunhas deste processo, onde centenas de pessoas aqui no Brasil e mundo estão morrendo em consequência das enchentes, onde ao mesmo tempo o sul do Rio Grande do Sul está passando por um processo de estiagem devastadora. Contudo, esses eventos vêm acontecendo a muitos anos, basta lembrarmos as enchentes em nosso estado em 2008 e pela seca aqui no oeste em março de 2009, e outras que ocorrerão aqui em Santa Catarina.

Infelizmente com todos os valores doados pela população solidária nada efetivamente foi feito. O governo continua incompetente na tratativa deste assunto. Não há Leis e nem medidas legais que tratem desse assunto. Ainda continuamos na esfera do falar, o agir ainda esta muito distante... no caminho, coletaremos destruição, miséria e muitas mortes.

E precisamos parar de culpar o meio ambiente destas calamidades. Precisamos entender que a natureza nos dá a vida, mas a falta de políticas e políticos capazes a tira de nós.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica Janaína Randara Handke do curso de Engenharia Florestal da UNOESC Campus Xanxerê, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer.