sábado, 18 de dezembro de 2010

Consumindo água suja – Bruno Gabriel Thomazoni

Tu acreditas mesmo que a água que sai da tua torneira pode ser consumida? Do poço artesiano do interior, da estação de tratamento do município, ou – pior – diretamente do rio mais próximo, seja qual for, o fato é que é impossível consumir água completamente “pura”, pois sendo um ótimo solvente jamais será encontrada em absoluta pureza na natureza. Muito menos nas nossas torneiras.


A água consumida diretamente dos poços artesianos, mais comuns no interior, sofre eutrofização (excesso de nutrientes na água) graças principalmente, às ações dos contaminantes orgânicos (adubos e atividades domésticas). Além disso, algumas nascentes e minas estão localizadas próximas a fossas ou ao acesso de animais e outras fontes de contaminação e poluição. Já nas cidades as principais causas de contaminação são os poluentes químicos (resíduos tóxicos e metais pesados) e a falta de limpeza das caixas d’água.

Apesar do intenso processo de “limpeza e tratamento’’ – entre eles: coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, cloração – a água distribuída por nossas empresas de Gestão dos Recursos Hídricos não é de qualidade assegurada. Em alguns municípios da região amostras de água foram coletadas para estudo da qualidade da água no 1º semestre de 2008, e 30% não atenderam as exigências da Port. 518/04 do Ministério da Saúde, ou seja, não apresentam características satisfatórias para consumo humano. Índice altamente preocupante. Considerando que há presença de Coliformes totais e de Escherichia coli, que é responsável, entre outros, pela toxinfecção alimentar, infecção urinária e meningite. A situação é considerada alarmante levando em conta dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontam à má qualidade da água e higiene responsável por cerca de 3,5 milhões de mortes por ano!

Investir em novas tecnologias para “purificar” a água, juntamente com a manutenção das estações de tratamento, educação ambiental e fiscalização rigorosa, são algumas das soluções cabíveis para governo e sociedade, que juntos devem tentar corrigir esse velho hábito de poluir nosso líquido mais precioso e assim manter a qualidade da vida.

Artigo desenvolvido pelo acadêmico Bruno Thomazoni do curso de Engenharia Ambiental da Unisep, sob orientação e revisão do Prof Marcelo Langer

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