sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Justiça Social e Mudanças Climáticas 18/04/2010

Artigo publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança de Dois Vizinhos, Paraná.

O CONSEA (Conselho de Segurança Alimentar e Nutrição Sustentável) ratifica a compreensão de que a crise climática não é resultado do acaso. Somada às crises econômica, alimentar e energética, expressa a falência de modelos de produção e consumo que o mundo e a sociedade moderna vem empregando, bem como da apropriação e uso dos bens da natureza, que contribuem para excluir parcelas significativas da população.
Os princípios da justiça social e da justiça climática devem orientar as políticas munidias e brasileiras, internas e externas, pois as mudanças climáticas devem ser vistas na dimensão ético-social – situada no campo dos direitos humanos – e o peso dos ajustes à crise climática deve ser suportado por aqueles que historicamente foram responsáveis pela sua origem isto é, por aqueles que se apropriam indevidamente da riqueza, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.
Existe uma tensão inerente nas democracias entre a necessidade de se fazer o que é certo e o risco de punição nas urnas, especialmente, nesse caso, quando o que é certo pode significar que as pessoas tenham que pagar mais, usar menos, ou ainda fazer outras mudanças no estilo de vida que são inicialmente impopulares. Um dos papeis das fundações, associações, organizações não-governamentais e qualquer outra entidade social sem fins lucrativos é ajudar a construir a pressão pública, para criar o espaço político em que é possível para um governo democraticamente responsável tomar atitudes que se tomadas de outra forma, poderiam ser politicamente pejorativas.
Todos os municípios necessitam criar suas entidades sociais, o governo municipal precisa incentivar a sua formação, pois as fundações precisam continuar transmitindo atribuições por meio de programas de atributos que não sejam tão “fechados”. Programas que permitam ajudar aos outros que já se encontram ativos no campo e que não sobreviverão sem o tipo de financiamento, sem prender a organização e que apenas estas entidades podem oferecer.
O trabalho das ONGs nesse campo e em outras áreas pode precisar de ajuda para entender a importância do aquecimento global nas suas experiências e prover fundos para assegurar que o núcleo das suas operações esteja seguro no período crítico – muitos especialistas acreditam que temos apenas até o final de 2016 antes de ultrapassarmos o ponto sem volta da mudança climática global.
Empresas, Prefeitura, Associações e Representações civis e jurídicas de municípios como Dois Vizinhos precisam entender que a ação conjunta é extremamente positiva; que a abertura de suas ações contribuir para o êxito de seus projetos; que o apoio a projetos técnicos e científicos é fundamental para a evolução, desenvolvimento e amadurecimento de uma sociedade e para isso – dentro de um programa de responsabilidade socioambiental – estas instituições político/econômicas devem abrir suas portas para receber jovens, estudantes e acadêmicos para o desenvolvimento de projetos técnicos e científicos, assumindo os ônus destes benefícios e através das Leis como a “Lei Rouanet” os capitais investidos lhes serão retornados na forma de benefícios fiscais e crescimento tecnológico e econômico.
Este artigo foi elaborado pelo acadêmico do 9º Período do curso de Engenharia Ambiental da UNISEP, Gustavo Simoni, sob a orientação e revisão do Prof. e Engenheiro Florestal Marcelo Langer

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