sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Adubação Química, o que é necessário sabermos? 28/03/2010

Artigo publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança de Dois Vizinhos, Paraná

Podemos dizer que a região do Sudoeste do Paraná apresenta uma topografia razoavelmente ondulada, favorecendo o escoamento superficial de águas pluviais e assim contribuindo para que os produtos químicos aplicados na lavoura, quando em excesso, possam ser mais tarde carreados e alcancem as águas fluviais, ou seja, contaminando, nascentes, córregos e diversos leitos da água, causando danos ao meio ambiente, alem de danos a saúde humana, como o Câncer.
Os solos de nossa região são enriquecidos com adubos químicos, praticamente todo o ano. Isso tem como objetivo, promover melhoras contínuas a produtividade agrícola. Porém, a ausência das APP (áreas de preservação permanente) e incorreto preparo de solo, como por exemplo, descanso da terra, manutenção de uma cobretura/adubação verde, do tipo aveia, nabo-forrageiro e outros, os danos ambientais seriam significativamente menores.
A cobertura verde traz segurança para o solo, por exemplo, em uma estiagem a aveia e o nabo ajudam a conservar a umidade no solo, dentre outros benefícios. Também esta pratica, pode evitar erosões, assim como contribui para a não lixiviação destes agentes químicos para os efluentes.
Numa analise de custo/benefício, sabemos que estes adubos químicos melhoram a produtividade agrícola, pois fornecem e garantem as melhores condições nutricionais para a planta; contudo seu uso indiscriminado, sem controle, ou sem orientação técnica, pode causar diversos problemas a saúde humana e a sustentabilidade ambiental.
Observa-se, que os nossos rios e nascentes estão sendo muito afetadas, com o uso excessivo de adubos químicos, pois as mudanças climáticas, alterando os ciclos produtivos têm evidenciado a contaminação dos lençóis freáticos e fontes de águas disponíveis para o consumo humano.
Mas o que vem também prejudicando mais os efluentes são as pastagens, que geralmente são feitas onde a topografia do terreno tem maior declividade. Quando estas pastagens, com adubação excessiva, são acometidas por elevados índices pluviométricos, este excedente químico, acaba por ser lixiviado até as águas fluviais mais próximas, contaminando-as e causando diversos impactos aos recursos naturais.
O uso de adubação, fertilizantes e outras técnicas para melhorar a capacidade produtiva da terra, podem e devem ser aplicada, contudo deve sempre contar com a orientação de técnicos e profissionais, que alem do conhecimento produtivo tenham também o conhecimento ambiental, aliando desenvolvimento a preservação do meio ambiente.
Para evitar a contaminação das águas e danos ao nosso meio ambiente, uma solução básica seria o estabelecimento e preservação das APP (Áreas de Preservação Permanente), por exemplo, os trinta metros de Mata Ciliar nas beiras dos córregos. Independente de toda a discussão política sobre este assunto é certo e seguro a contribuição que a preservação natural oferece à produtividade natural da terra.
Isso ajudaria conter a lixiviação, diminuiria a poluição dos rios, geraria grandes benefícios para a humanidade e assim, no presente e no futuro, poderíamos desfrutar de uma boa qualidade de produção de alimentos, além de manter as águas fluviais com maior qualidade para o consumo humano.
O uso consciente é fundamental para a preservação da Vida Humana. Sem ele os desastres ambientais e as perdas econômicas serão inevitáveis.
Este artigo foi elaborado pelo acadêmico de Engenharia Ambiental da Unisep Daniel Wauczinski, sob a orientação e revisão do Eng. Florestal e Professor da Unisep Marcelo Langer.

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