quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Positivismo ou realismo ambiental 25/10/2010

Artigo publicado no jornal Folha Regional de Xanxerê, SC

O Positivismo de Augusto Comte recomenda e ressalva cientificamente a realidade. Afirma-se no conhecimento de uma verdade comprovada, considerando o método experimental como um caminho para o pensamento científico, ou seja, a verdade comprovada jamais é questionada.


Na época de Comte a sociedade estava sofrendo um forte abalo, devido aos traumas causados pelas mudanças estabelecidas pela Revolução Industrial. Comte, com seu pensamento positivista, desconsidera estes estados psicossociais. Ele acreditava ser possível ver a vida social de um modo científico, sendo possível criar um processo em que a humanidade evoluiria permanentemente.

A civilização sofreu súbitas mudanças durante esta revolução, acarretando o surgimento do conservadorismo e a filosofia de Comte, a qual se manifesta contra a revolução. Ele buscava uma nova ideia de ordem, na qual acreditava em uma “higiene cerebral”, (acreditando não ser possível haver novas leituras após os trinta anos).

Comte ainda “classifica a ciência em escala enciclopédica”, na qual indica a cada cientista a sua função específica, definindo limite entre as disciplinas e desassociando o problema social do problema político. Comte era altamente extremista e revolucionário, não se importando com o impacto que causaria na sociedade através de uma mudança brusca em relação ao pensamento comum. Além disso, teria de ser adotado um novo modo de governo para atender às ideias impostas pelo positivismo.

Comte também propõe a reforma moral como o principal meio de acabar com o problema social, devendo haver uma separação entre os cientistas “os que sabem” e os ignorantes “que nada sabem”, assim surge a divisão imposta pela sociedade positivista, ao invés de igualdade e oportunidades, esse conjunto, portanto, faz nascer uma sociedade de “doutos“ e ”fiéis”.

Positivistas ou realistas, a verdade é que desde a Revolução Industrial estamos acompanhando a destruição total do meio ambiente, ditada pela veemência e ordem do poder econômico, que em sua maioria é representada pelo poder político e não observada e seguida pela orientação técnica dos cientistas.

Os recursos naturais estão se esgotando completamente. Já não podemos ser positivistas em relação a isso, devemos agir imediatamente através da mudança de nossos valores e adoção de uma ética e moral baseadas no respeito ao meio ambiente e não de acordo com o interesse de grupos econômicos e políticos “donos da verdade” baseados em seus interesses econômicos exclusivamente.

A sustentabilidade econômica mundial depende da preservação dos recursos ambientais – inclusive as florestas – não há como sustentá-la e promover o desenvolvimento sem estes recursos. Portanto é preciso adotar um novo sistema de governo, menos antropocentrista (o homem no seu centro) e mais equilibrada pela integração da conservação do meio ambiente, com a sociedade e seu desenvolvimento econômico. Contudo, isso somente será possível através da educação, pois assim teremos uma população com maior capacidade de julgar e eleger os seus representantes políticos.

Este artigo foi elaborado pelo acadêmico de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, Ronaldo Nogueira Guimarães Filho, sob a supervisão e orientação do Prof. Marcelo Langer.

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