quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Estado Social e a preservação do Meio Ambiente 07/12/2010

Artigo publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

A segunda guerra mundial foi caracterizada por uma grande desordem econômica na maior parte da Europa ocidental. Situação que veio a ser agravada pela queda da Bolsa de Nova York, propagando-se a todos os setores da economia, atingindo a produção tanto de alimentos quanto de matéria-prima. O mais dramático é que, dentro da economia liberal, não havia solução que parecesse capaz de resolver este problema.


Mais tarde o pensador John Maynard Keynes foi formando idéias fundamentais para que o Estado Liberal fosse se transformando, intervindo progressivamente na economia, até que se convertesse em Estado Social. Essa intervenção foi gerando mecanismos institucionais destinados a proteção dos menos aquinhoados, protegendo-os no trabalho e na velhice, assegurando-lhes ainda a saúde.

É evidente que esta experiência de conversão ficou longe de ser concluída, no terceiro mundo, onde se situa grande parte dos países da Ásia, África, América Central e do Sul e há uma nítida contradição entre o quadro social real e os textos de leis e da constituição.

No mundo em desenvolvimento, é difícil encontrarmos o estado social corretamente aplicado. Muitas das lutas políticas e dos impasses institucionais na América Latina, inclusive Brasil, não passam de esforços e tentativas, quase sempre frustradas para tornar real o que as constituições de seus respectivos países asseguram formalmente ser direito dos cidadãos. Infelizmente, na verdade se tornaram privilégio de alguns setores sociais e não de toda a população, para que então se pudesse garantir maior equidade e desenvolvimento justo.

Os atuais países que lideram o ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) apresentam políticas e ações efetivas que realmente se enquadram aos conceitos do Estado Social; enquanto os países que ocupam as posições medianas e finais deste ranking, caracterizam-se pela forte concentração de renda e desigualdade social. Onde a maioria dos recursos se encontra nas mãos de poucos, geralmente os responsáveis pelo estabelecimento e determinação de políticas econômicas e sociais.

Também se pode levar este debate para o campo ambiental, já que a conservação ambiental, desenvolvimento sustentável, globalização, sustentabilidade, tornaram-se um assunto polêmico para a sociedade. Questiona-se de quem é a responsabilidade. Já que os recursos naturais restantes no Planeta estão localizados em países em desenvolvimento, com baixa ou nenhuma capacidade econômica para preservá-los e ainda promover seu desenvolvimento socioeconômico. E os recursos econômicos necessários a esta preservação encontram-se em países desenvolvidos, que já não possuem valores naturais à preservar.

No Brasil e em nossa região, a situação é a mesma. Os poucos recursos naturais que ainda existem, encontra-se em terras de pequenos proprietários rurais, carentes economicamente. Nas mãos dos grandes proprietários rurais encontra-se o poder econômico e político, contudo em suas propriedades rurais, já não se encontram recursos naturais.

A necessidade de se preservar a natureza, os recursos naturais e as florestas estão cada dia mais evidente, devido ao homem satisfazer suas diversas necessidades com a exploração e destruição da natureza.

Podemos perceber em nosso dia-a-dia os problemas causados pelo efeito estufa, e a perspectiva é que estes problemas piorem ainda mais, pois as florestas são mecanismos de controle de temperatura do planeta e estão sendo devastadas pela ganância do Homem.

Falarmos de estado social é falarmos de preservação do meio ambiente. Sem um meio ambiente saudável não teremos qualidade de vida, não teremos justiça na distribuição dos recursos econômicos e não garantiremos o bem-estar da população nacional e mundial.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica Edina Kunsler do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, sob supervisão e revisão do Prof. Marcelo Langer.

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