quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Globalização Livre e devastadora 13/12/2010

Artigo publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

O mercado mundial tem adotado uma política econômica neoliberal que visa o livre comércio entre as nações. Os avanços tecnológicos determinaram o fim das fronteiras mercantis no Planeta. Facilmente podemos importar ou exportar produtos de qualquer parte e para qualquer parte do Globo. Esta é a era da Globalização.


Esta globalização ou ideologia neoliberal previa que ao longo do tempo a economia se estabilizaria se não houvesse interferência estatal, pois, o estado a desestabiliza à medida que controla os preços, criando incentivos fiscais, tarifas de importação e exportação e subsidiando sua produção.

Por outro lado a não intervenção do estado no setor econômico, daria as empresas poder total sobre o mercado, estas passariam a crescer cada vez mais e obteriam lucros maiores do que o PIB de alguns países; tal fato já ocorre há anos. Das 100 maiores potências financeiras mundiais 29 são empresas privadas; supõe-se que o crescimento ainda maior dessas “superpotências” pode desestabilizar o poder e reduzir a força da única atenuante atualmente oferecida aos menos favorecidos no regime capitalista, a proteção do estado.

Esta política econômica tende a favorecer empresas multinacionais a atuarem em países subdesenvolvidos, controlando mercados antes pertencentes ao respectivo país, tomando a força de produção e matéria-prima para gerar lucros a um país estrangeiro. Outro aspecto deste sistema “neocolonial” é a privatização de empresas estatais e serviços públicos; reduzindo a qualidade de vida, salários e segurança dos trabalhadores, tratando-os como descartáveis à medida que não se adaptam às suas novas políticas, e assim a ordem e a submissão são então mantidas. Apoiadas sobre altos níveis de pobreza e desemprego, que enfraquece os sindicatos e controlam os trabalhadores devido ao grande “estoque” de mão-de-obra disponível, a globalização e o desenvolvimento econômico mundial dos países desenvolvidos estão garantidos.

Os efeitos do neoliberalismo no setor florestal brasileiro, são percebidos através da grande quantidade de investimentos externos feitos ao longo dos anos, sem restrições, sem intervenção do estado, permitindo que forças externas ditem as regras do mercado, manipulem preços e oferta; esta política vem aos poucos esmagando o mercado nacional florestal, a madeira sofreu grande desvalorização, as exportações diminuíram com a crise internacional e as políticas cambiais, levando muitas empresas do setor a fechar suas portas.

É dever de o Estado garantir a sobrevivência de seu sistema industrial, o pleno emprego, a igualdade, a equidade, os direitos trabalhistas, o bem-estar social e o crescimento econômico sustentável do país, mas de que modo isso será feito? Se abrirmos as portas aos velhos oportunistas parasitas, que, abocanhando aqui e ali, aos poucos vão levando todos os nossos recursos naturais, que são limitados e preciosos, tornando-se cada vez mais ricos a medida que nos tornamos cada vez mais pobres.

Atualmente o setor florestal vem se fortalecendo com a entrada de recursos provenientes de Fundos Internacionais de Pensão que têm nas atividades florestais um retorno garantido acima das taxas de retorno de investimentos econômicos em seus países de origem. Contudo, é necessário muito cuidado, pois este desenvolvimento sem critério pode intensificar o atual estádio de degradação ambiental e empobrecimento nacional. Uma pena que neste Governo e no próximo as questões ambientais e sociais, sirvam apenas aos objetivos econômicos e não de fato, as necessidades da população.

Este artigo foi elaborado pelo acadêmico André Antunes Pires do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer

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