terça-feira, 30 de novembro de 2010

GESTAO DE RESÍDUOS 24/01/2010

Texto publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança de Dois Vizinhos, Paraná.

Como mencionado em artigo anterior, não há nenhuma atividade humana livre do uso dos recursos naturais. Da mesma maneira, todas as nossas atividades utilizam energia e como resultados, alem dos produtos esperados, geram resíduos.
Os resíduos podem ser classificados como domésticos ou industriais, quando tratamos de resíduos urbanos. Os resíduos rurais serão abordados em outro artigo.
Especificamente, hoje vamos falar de resíduos domésticos. Em nossas atividades domiciliares, geramos os seguintes tipos de resíduos: recicláveis e não-recicláveis. Papel, plásticos, vidros, metais, roupas usadas, utensílios domésticos, óleos, borrachas, e praticamente todos os demais itens gerados podem ser definidos como recicláveis, entretanto o fator determinante entre o que é reciclável e o que não é, será o programa de coleta seletiva e separação que o município empregar.
Podemos ainda incluir os resíduos orgânicos, que inclusive, podem sofrer compostagem nos terrenos de nossas próprias residências, gerando adubos muito férteis para uso nas hortas domésticas.
Contudo o alarmante andamento do consumo de recursos naturais, e por consequência a grande geração de resíduos superam a capacidade de regeneração natural do nosso planeta e a busca pelo desenvolvimento econômico e social ultrapassa os limites estabelecidos pelo meio ambiente. Ambientalistas, pesquisadores, estudiosos do tema determinam através da analise dos resíduos gerados, o que chamamos de “Pegada Ecológica” (rastro deixado por nossas atividades de produção, consumo e descarte de produtos e recursos naturais), e que hoje está acima da capacidade de regeneração natural do planeta.
Estas pegadas ecológicas estão presentes em todas as atividades humanas, individuais ou coletivas. Tanto em grandes como em pequenas cidades, contudo é principalmente nas cidades com grande número de habitantes, onde encontramos maiores dificuldades na disposição dos resíduos gerados pelas ações humanas, tanto indústrias, comerciais e domiciliares, que esta pegada se faz mais evidente.
Grandes áreas de terra são necessárias para a destinação destes resíduos, estas áreas são denominadas de aterros sanitários, quando estas áreas não estão ambientalmente adequadas, surgem então os inadequados lixões (muito comum e utilizados em larga escala até os dias atuais). Estes lixões geram grandes custos ambientais, sociais e econômicos, alem de causar inúmeros impactos sobre o Meio Ambiente.
Ações mesmo que individuais auxiliam na conservação dos recursos naturais, diminuição no transporte, destinação dos resíduos corretamente e aumento da vida útil dos aterros sanitários ou lixões (que, por mais inadequados que sejam, ainda são melhores que o lançamento sem controle dos resíduos domésticos). Atitudes como a separação de resíduos inorgânicos e a compostagem de resíduos orgânicos auxiliam neste processo.
Um exemplo que podemos adotar e que pode servir de exemplo para a população em geral, é a dedicação de alguns moradores da região, que tem como hábito a separação dos resíduos inorgânicos dos orgânicos. Estes moradores, após a separação dos resíduos encaminham o lixo reciclável para a coleta pública e transformam seus resíduos orgânicos em compostos para sua horta, através de compostagem domiciliar.
Existem muitos sistemas para a compostagem domiciliar dos resíduos orgânicos, mas o que mais comumente é utilizado é o processo de valas de compostagem. Este processo consiste na abertura no solo de um buraco em forma de trincheira, onde os resíduos orgânicos são enterrados, cobertos com uma fina camada de solo e se possível (para evitar a proliferação de insetos e pragas nocivas à saúde humana) faz-se uma aplicação de cal. Após seu período de decomposição este resíduo orgânico se transforma em um eficiente complemento orgânico para execução da horta, que estes munícipes, normalmente, possuem no fundo do seus terrenos.
Iniciativas como estas contribuem para a diminuição do lixo a ser transportado, aumenta a vida útil dos aterros ou lixões, diminuem o custo da destinação do resíduo e contribuem para a melhoria da qualidade de vida, através do consumo de produtos naturais de boa procedência, e ainda gera renda através da reciclagem dos resíduos inorgânicos.
Para estes últimos, é importante ao descartar-los que estes estejam o mais limpo possível, para evitar assim problemas de contaminação humana e proliferação de agentes nocivos (bactérias, insetos, pragas e animais peçonhentos).

Este artigo foi elaborado pelo Universitário Adir Silvério Cembranel do Curso de Engenharia Ambiental da Unisep, sob a orientação do Prof. Marcelo Langer da UNISEP.

Nenhum comentário: