quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poluição em Córrego 18/04/2010

Texto publicado no Jornal Tribuna dos Lagos de Dois Vizinhos, Paraná.

Os córregos de nossos municípios que cortam nossas cidades, e deságuam em outros rios, estão sujos, através do lançamento de resíduos domésticos, comerciais e industriais que diariamente são lançados neles. Segundo moradores, que vivem às margens destes córregos faz muito tempo que a prefeitura e os órgãos responsáveis não promovem sua limpeza e manutenção. Como consequências diretas percebemos odores desagradáveis, transmissão de doenças, proliferação de animais vetores de doenças (atraídos por estes odores) e em ocorrências de forte precipitação pluviométrica, alagamentos e enchentes em nossas cidades.
Além destes resíduos, os nossos rios e córregos estão sendo assoreados por sedimentos oriundos das zonas rurais que devido a ausência de matas ciliares para a proteção das margens dos rios e cabeceiras das nascentes, acabam depositando-se no leito dos rios, diminuindo a qualidade da água e também a capacidade de retenção das águas pluviais.
As águas residuais contêm basicamente matéria orgânica e mineral, que se não receberem tratamentos adequados, podem causar enormes prejuízos à saúde pública por meio de transmissão de doenças causada por agentes patogênicos, como a cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc. Também, existe o descarte de garrafas PET, sacolas plásticas, latas, papéis e outros produtos totalmente recicláveis. As estatísticas mostram que a qualidade de vida da população está ligada diretamente as boas condições sanitárias de suas águas.
A saúde do meio ambiente também deve ser preservada, a poluição afeta a vida vegetal, humana e animal, portanto cabe aos órgãos ambientais atuarem no controle e fiscalização, no que diz respeito à conservação do meio ambiente, em particular ao combate à poluição da água.
Para ter um ambiente mais saudável é preciso, além da limpeza dos córregos e meio ambiente aos seus redores, deve-se conscientizar a população da importância de manter-los limpos, e principalmente o Governo destes municípios deve investir em saneamento.
A população brasileira produz, em média, 8,4 bilhões de litros de esgoto por dia. Desse total, 5,4 bilhões não recebem nenhum tratamento, ou seja, apenas 36% do esgoto gerado nas cidades do país são tratados. O restante é despejado sem nenhum cuidado no meio ambiente, contaminando solo, rios, mananciais e praias do país inteiro, sem contar nos danos diretos que esse tipo de prática causa à saúde da população.
A rede coletora de esgotos residenciais não atinge 30% das casas, o assentamento e a ocupação do solo não respeita as áreas de preservação permanente, não se mantém cobertura vegetal para a proteção das águas, casas, edifícios, industriais e foram e continuam sendo construídas às margens de rios e córregos, contaminando-os e destruindo nossas vidas.
Neste ano de eleições, devemos eleger políticos éticos e que demonstrem claramente seu respeito e compromisso ao meio ambiente e a saúde da população, não somente com palavras, mas com atos, com ações, demonstrando que realmente entendem as necessidades de se preservar as nossas águas para que possamos garantir a sustentabilidade de nossas vidas.
Como tratamento de esgoto é uma baixa prioridade para o poder público e para a população em geral, nossos municípios não possuem uma estação de tratamento de esgoto, o mais apropriado seria que os proprietários construíssem uma fossa séptica ligada a um sumidouro em tamanho compatível com o total de pessoas que frequentam o imóvel ou que o Governo promovesse a correção e adequação da rede de esgotos – entretanto como é diz o ditado popular: obras enterradas (que não são vistas pelos eleitores) não dão votos.
Precisamos mudar esta realidade imediatamente. Precisamos mudar nossas atitudes sociais e políticas para garantir mudanças e sustentabilidade a nossas vidas.

Este artigo foi redigido pelo acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental da Unisep Michel Barcarol, sob supervisão e revisão do Professor e Engenheiro Florestal Marcelo Langer.

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