quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Lombada/Quebra Mola, qual a sua verdadeira função? 12/04/2010

Texto publicado no Jornal Tribuna dos Lagos de Dois Vizinhos, Paraná.

Quando transitamos em nossa cidade e por outras cidades da nossa região, não encontramos dificuldades em depararmo-nos com as famosas lombadas ou também conhecidas como quebra-molas: obstáculos físicos horizontais que tem por objetivo reduzir a velocidade dos veículos para a segurança dos pedestres e da população em geral, evitando o excesso de velocidade dos automóveis em vias públicas. Também podemos facilmente encontrar estes obstáculos em vias rodoviárias ao longo de várias Estradas Federais e Estaduais que cortam nossos municípios.
Tecnicamente e de acordo a esta definição, estes obstáculos tem sua serventia social, contudo, o que se percebe, principalmente aqui nos municípios do Sudoeste do Paraná é um excesso destes obstáculos.
Estes aparentes “inofensivos” e “promotores do bem social” têm também seus pontos negativos.
Primeiro, pois a grande maioria deles não está sinalizada como deveria, segundo que quando nos aproximamos destes obstáculos, necessitam reduzir marchas e após esta redução, devemos utilizar marchas mais potentes, que sob o enfoque ambiental, acabam contribuindo para o aumento da poluição ambiental de duas maneiras: através do consumo de combustíveis fósseis direto no processo de redução de marchas e uso de marchas iniciais que consumem mais combustíveis e, portanto emitem mais Gases de Efeito Estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2) e os óxidos (nitrogênio e enxofre), contribuindo assim para a degradação ambiental e perda da qualidade de vida humana.
A segunda razão para o aumento desta poluição ambiental, é que literalmente estes “quebra-molas” afetam no equilíbrio do veículo – balanceamento e geometria, fazendo assim com que o veículo acabe gastando mais pneu (derivado de petróleo e portanto fator de poluição atmosférica), além de influenciar negativamente no melhor rendimento do motor – desgaste de peças, consumo de óleos lubrificantes e combustíveis devido ao desequilíbrio do motor.
Paralelamente à questão ambiental, a presença e o uso destes obstáculos demonstram também o aspecto cultural e educacional de uma População, pois novamente e a exemplo de muitas ações político publicas, é mais fácil reprimir a educar. Ou seja, quanto maior o numero de “lombadas ou quebra-molas” em um município, menor é a conscientização de sua população, sua participação política publica e portanto, menor será sua capacidade de influenciar e diligir as decisões de seu Governo.
Por exemplo, as faixas de segurança dos pedestres são comumente ignoradas em nosso município e em qualquer outro município onde a sua População não esta consciente de seus direitos e deveres. Nem os pedestres as utilizam e nem os motoristas as respeitam. Em cidades onde a consciência social é maior, toda vez que um pedestre posiciona-se sobre estas faixas de segurança, os motoristas automaticamente – movidos pelo respeito ao ser humano, param seus veículos e permitem a travessia do pedestre. Da mesma maneira os pedestres buscam utilizar sempre estas faixas de segurança – para a sua segurança e o bem de todos.
Controlar o número destes obstáculos e promover o uso das faixas de segurança, através de programas educacionais e de conscientização da População, além de beneficiar o meio ambiente, também é um exercício político social. Pois motoristas conscientes, educados vão automaticamente reduzir suas velocidades e respeitar os pedestres e estes últimos vão entender que vias públicas de transito são espaços compartilhados com veículos, e desta forma, prevaleça a máxima de que para ser respeitado é preciso, em primeiro lugar, RESPEITAR.

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