quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Maioridade Ambiental 24/01/2010

Texto publicado no Jornal Tribuna dos Lagos de Dois Vizinhos Paraná.

Antes de darmos continuidade ao material publicado por este jornal em dezembro de 2009, e com o objetivo único de contribuir para a melhoria ambiental do Planeta – começando por Dois Vizinhos e região, vamos tratar e esclarecer alguns pontos e acontecimentos que nos fizeram chegar ao atual status ambiental e político-ambiental em que estamos.
Considerando o marco mundial que aconteceu aqui no Brasil em 1992, a famosa reunião RIO/ECO – 92 estamos então entrando no ano de sua maioridade. E assim, podemos, agora, analisar onde chegamos ou o quanto evoluímos.
Durante esta reunião, foram assinaladas 3 iniciativas principais para orientar, gerir, controlar e reverter a situação ambiental mundial, sendo elas: mudanças climáticas; atestado de origem da matéria-prima; e por ultimo sustentabilidade socioambiental.
Para as questões relativas às mudanças climáticas, foi lançado o Comitê Intergovernamental de Negociações para a Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima (INC/FCCC) que elaborou a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), aberta às assinaturas de todos os chefes de Estado presentes a ECO/92, no Rio de Janeiro.
Já para as questões pertinentes a sustentabilidade geral publica de municípios e demais áreas comuns, ou que afetam a população em geral, foi iniciado o processo que resultou na Agenda 21. Documento que orienta aos gestores e organizações na elaboração e formatação de políticas e ações publicas e coletivas para a melhor gestão ambiental. Este documento vem sendo aplicado no mundo todo e tem determinado grandes avanços socioambientais aos municípios onde foram desenvolvidas.
E por ultimo, a RIO/92 estabeleceu a necessidade de desenvolvimento de um programa mundial para o controle de origem de produtos, por exemplo, visto o estagio de degradação ambiental mundial, a destruição de matas e reservas nativas, o uso de mão-de-obra infantil, existência de sistemas de trabalho em regime de escravidão parcial ou total, dentre outros problemas detectados e que ainda hoje, 18 anos após, continuam vigorando.
Para este ultimo item, foram estabelecidos os programas de certificação, como por exemplo: ISO série 9000, FSC entre outros, que buscam estabelecer princípios e critérios para a gestão dos recursos naturais e dos processos produtivos gerais.
Então, como mencionamos no inicio, estamos no ano da maioridade da RIO/92 e apesar de muitos avanços políticos e legais alcançados, objetiva e na pratica ainda poucos avanços foram percebidos. Por exemplo, continuamos com muitos problemas ambientais, ainda não temos gestão ambiental nos municípios que funcione efetivamente, o Protocolo de Kyoto ainda esbarra nas questões políticas e econômicas, a Agenda 21, apesar de seus inúmeros e incontestáveis benefícios, tem sido desenvolvida por poucos municípios brasileiros, e a certificação ainda gera muita desconfiança e apresenta muitos impedimentos econômicos e financeiros – principalmente pela falta de esclarecimento dos empresários, que ainda não perceberam os ganhos que por sua aplicação podem ser obtidos, tanto para a imagem de sua empresa e produtos como também os benefícios econômicos.
O que podemos ter como compreensão para este momento, é que as questões ambientais precisam ser tratadas com maior seriedade e objetividade, pois mesmo sabendo que a sua gestão pode gerar ganhos econômicos indiscutíveis, existe a necessidade urgente de tratar as questões ambientais e os recursos naturais em suas formas diretas e não como apenas possibilidades de ganhos futuros ou melhorias econômicas e financeiras.
Trataremos destes pontos cuidadosamente nas próximas edições e para isso gostaríamos de convidar-los a contribuir e participar da elaboração e formação desta coluna, caso vocês tenham algum assunto específico que gostariam de que tratássemos e/ou alguma informação para nos apresentar. Por favor, enviem suas sugestões para malanger04@yahoo.es
Abraços a todos e ate o próximo.

Marcelo Langer, Professor de Engenharia Ambiental da UNISEP, Mestre em Ciências Florestais pela USP, especialista em Gestão do Conhecimento pela FIA/USP e em Sustentabilidade pela Universidade de Freiburg da Alemanha.

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