sexta-feira, 26 de novembro de 2010

COMPENSAÇÃO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PARA A DIMINUIÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL 21/12/2009

Texto publicado no Jornal Gazeta da Vizinhança de Dois Vizinhos, Paraná.

Com o final da COP15 (Convenção Sobre Mudanças Climáticas da ONU), muitas insatisfações e duvidas permaneceram e continuaram norteando ações políticas e cientificas a fim de conter o avanço da destruição do Planeta, devido às mudanças climáticas oriundas das atividades humanas e do uso insustentável dos recursos naturais da Terra.

O que mais me chama a atenção é que depois de 15 versões desta reunião mundial, onde, por aproximadamente 12 dias, políticos, estudiosos, cientistas, pesquisadores e representantes de Organizações Não Governamentais (ONG) estiveram promovendo discussões, argumentações, defesas e rejeições, o resultado a que se chegou é aquele que já sabemos a muitos anos, e que ficou imortalizado na celebre frase de Mahatma Gandhi: “Devemos ser a mudança que desejamos para o Mundo”.

Ou seja, tais reuniões e decisões mundiais são importantes e extremamente necessárias, contudo, a atitude pessoal e individual de cada Ser Humana, é imprescindível. A mudança e reversão a este estado de destruição a avançada, somente ocorrerá quando todos nós nos conscientizarmos e tomarmos ações próprias, como por exemplo, a mudança de nossos próprios hábitos e atitudes.

Parece simples, mas não é!
Somente estas atitudes é que de fato mudarão o atual quadro de alterações climáticas. Atitudes como por exemplo: evitar queimadas, desmatamentos, disposição incorreta e o não lançamento de resíduos a seu aberto, implantar sistemas de esgoto, diminuir o uso excessivo de energia elétrica, usar menos os nossos carros, evitar o uso dos aparelhos de ar condicionado, aquecedores, etc.
Por fim, é necessário e urgente que sejamos menos consumistas, ou consumir de forma adequada e mais consciente. E o que isso significa? Devemos optar por produtos que agridam menos o meio ambiente, que ao adquirir produtos, passemos a analisar a qualidade ambiental do mesmo. O compromisso com o Meio Ambiente da empresa que o fabricou, muitas vezes aquele produto mais barato, é o que causa mais problemas à sua do Planeta e a nossa própria saúde.
Podemos citar como exemplo da consequência destes atos, o aquecimento global, que ao contrário do que muitos pensam, não é somente um aumento da temperatura terrestre, mas sim, mudanças climáticas desenfreadas em todo o nosso Planeta Terra. Tal desequilíbrio não é novidade, há anos os cientistas vêm alertando sobre as consequências que ele poderá trazer ao Meio Ambiente e ao Planeta.
Vários relatórios e protocolos (como o Protocolo de Kyoto, os relatórios do IPCC e mais recentemente o da COP 15) já foram publicados sobre o assunto. Reuniões e encontros mundiais, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, vêm sendo realizados a fim de se buscar consenso internacional, porém, o aquecimento global não será contido sem ações individuais e coletivas (publicas e privadas).
Entre as principais causas desse problema estão o uso de combustíveis fósseis, processos industriais e a pecuária, que determinam assim, a poluição atmosférica. Essa poluição refere-se à liberação de gases, partículas sólidas e vapor de água que em suspensão se dirigem à atmosfera para depois absorver os raios solares, formando o efeito estufa.
Para que o desequilíbrio climático não seja mais uma ameaça, algumas medidas simples poderiam ser tomadas e respeitadas. Os padrões de emissões de gases devem ser atendidos por todas as indústrias, desde as de automóveis até as de eletrodomésticos.
O desmatamento deve ser fiscalizado, pois, o processo químico realizado pelas plantas (fotossíntese) transforma energia da radiação solar em energia química, processando o Dióxido de Carbono (CO2), o qual é um dos principais gases contribuintes do efeito estufa.
A agricultura é o segundo emissor de gases de efeito estufa no Brasil atrás somente do setor florestal. Os gases geralmente emitidos são o óxido nitroso (46%) e metano (54%), ao invés do dióxido de carbono, emissão comum em outras áreas.
É necessário que o Brasil invista na produção agrícola mais sustentável para evitar consequências econômicas sérias no futuro. A agricultura é responsável por 25% do PIB e com as mudanças climáticas poderemos ter um impacto direto em toda a produção agrícola. Isso poderá trazer prejuízos para o Brasil, já que o país é um dos maiores produtores de alimento do mundo.
Como o grande número de gases é emitido através da área de transportes, uma medida necessária seria a criação de políticas públicas que priorizem o transporte sustentável. Dentre elas estão: a construção de ciclovias, a criação de programas de carona solidária, a implantação da inspeção veicular e outras medidas que distribuam melhor o tráfego por rodovias e cidades.
Impostos e taxas também podem ser utilizados em benefício da diminuição do aquecimento global, pois, se a população puder receber benefícios em troca da melhoria, preservação da qualidade do ar, certamente a quantidade de poluição no ar terá uma redução.
Uma das formas mais eficientes de conscientizar a População e de assegurar a compreensão das consequências deste problema é a Educação Ambiental e a Responsabilidade Ambiental das Empresas. A Educação Ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos tomam consciência do seu meio ambiente, assim tornam-se aptos a agir e resolver problemas ambientais presentes e futuros, então somando a educação ambiental que vem sendo praticada desde o ensino infantil, às exigências da sociedade por Empresas que apresentem maior Responsabilidade com o Meio Ambiente, as pessoas poderão contribuir de forma mais efetiva e significativa para a preservação da Biodiversidade do Planeta Terra.
Como mencionado anteriormente, devemos ser mais eficientes energeticamente, durante as escolhas de compra, optando por eletrodomésticos que utilizem menos energia e mudando nos hábitos pessoais, usando menos água e separando o lixo.
Portanto, as compensações por serviços ambientais para a diminuição do aquecimento global são inúmeras, a deficiência existente é a consciência ambiental em todo o planeta, desde as pessoas em suas residências em seus atos diários, até as grandes industrias internacionais.
Assim, neste final de ano, vamos todos nós seguir exemplos positivos, como a atitude da Gazeta da Vizinhança, que vem sustentando esta coluna ambiental e que em breve trará uma cartilha explicativa de todo este processo e o que de fato poderemos fazer para contribuir na preservação do Meio Ambiente.
Este artigo foi elaborado pela Universitária Pollyana Nuernberg do 8º Período do Curso de Engenharia Ambiental, sob a orientação do Prof. Marcelo Langer da UNISEP.

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