quarta-feira, 24 de novembro de 2010

INTENSIFICAÇÃO INDUSTRIAL E AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 21/02/2010

Texto publicado no jornal Tribuna dos Lagos de Dois Vizinhos Paraná.
As atuais mudanças climáticas que estamos percebendo, podem ser uma consequência natural, porém novas causas são apontadas para que haja variações no clima e a intensificação destes mudanças em tão curto espaço de tempo. A industrialização acentuada é um fator determinante para as mudanças, onde diversas formas de poluentes são emitidas dos mais diversos processos da indústria e das atividades antrópicas (humanas).
Estas mudanças climáticas estão sendo relacionadas à diversos fatores, um deles é o efeito-estufa, ou seja, o aumento da temperatura causado pela retenção da radiação térmica na atmosfera, lembrando que este é um fenômeno natural e que graças a ele existe vida na Terra – o efeito estufa tem sido responsável por manter as temperaturas na superfície da Terra próximas a 15ºC em média global. Porém nos dias atuais suas proporções estão sofrendo alterações que vem provocando um desconforto global. Podemos citar 3 causas principais para a intensificação do efeito-estufa: a industrialização, o intensificação do uso da terra e seus desmatamentos e o aumento do uso de combustíveis fósseis para o transporte mundial (terrestre, marítimo e aéreo), provocando emissões de diversos gases provenientes da queima destes combustíveis fósseis e a da moderna química industrial (urbana e rural – produtos agroquímicos a base de Nitrogênio).
Outro agente relacionado às mudanças climáticas é a destruição da camada de ozônio, atribuída a gases como o Cloro, Flúor e Carbono (CFCs), estes emitidos para a atmosfera por equipamentos para a refrigeração considerados antigos, e que vem sendo substituídos através dos novos avanços tecnológicos que permite a industrialização de produtos isentos destes gases CFCs.
A industrialização é o resultado da evolução da sociedade moderna, onde cada vez mais ocorre à necessidade de bens de consumo, bens duráveis e não-duráveis, bens de capital e a indústria base, demonstrando a mudança no comportamento humano e o quanto a uma população extremamente consumista e capitalista vem estabelecendo seus padrões de vida em função deste consumo exacerbado.
Outro fator que provoca mudanças climáticas locais é a concentração de indústria em pequenos espaços, gerando os pontos de alta temperatura urbana. Tal efeito é determinado por políticas públicas que consideram somente aspectos produtivos e econômicos, oferecendo vantagens para a instalação destas áreas industrias de alto impacto ambiental e social.
Nesse processo políticos descomprometidos com a qualidade de vida, sua sustentabilidade e preservação dos valores ambientais, desenvolvem instrumentos políticos que favorecem a obtenção de matéria-prima abundante (de forma a promover a degradação total do meio ambiente), mão de obra barata (sem que haja um programa de valorização e capacitação dos recursos humanos empregados), energia, infra-estrutura, vias de transporte e comunicações praticamente isentas de encargos e tributos sociais, através dos incentivos fiscais e tributários.
De fato estas ações favorecem o desenvolvimento econômico regional – não somos contra a estas ações – contudo não se pode aceitar o descaso ao meio ambiente, não se pode aceitar que tais atividades sejam estabelecidas e desenvolvidas sem critérios ambientais técnicos corretos e de baixo impacto, promovendo a sustentabilidade dos recursos naturais, qualidade de vida e bem-estar humano e também da biodiversidade local.
Estas variações, que estamos percebendo, quanto à temperatura (vivemos o verão mais quente dos últimos 50 anos), precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos, têm provocado diversos perdas produtivas, sociais e ambientais; estragos em escala global, tais como, enchentes, tempestades, tornados, chuva de granizo, secas, entre outros. Estes desastres, provocam grandes prejuízos a economia mundial, além da perda de inúmeras vidas (só na grande São Paulo foram registradas mais de 170 mortes em janeiro deste ano).
É preciso tomarmos atitudes, manifestarmos nossas opiniões, lutarmos por ações e decisões políticas mais sérias, com políticos que realmente se comprometam com a continuidade da vida, não de maneira simplista, mas sim assegurando toda a sua complexidade econômica/ambiental e social.
Promover a formação e capacitação humana, como por exemplo, através de cursos técnicos e universitários que atendam a estas novas demandas e possam orientar a decisão política e industrial, com métodos mais adequados às diversas atividades humanas, buscando adequar os processos, principalmente a industrialização, com suas emissões de gases, resíduos sólidos líquidos e a correta utilização e destinação da matéria-prima, deve ser tema principal na pauta dos governantes locais e mundiais.
Neste ano teremos a possibilidade de eleger novos governantes para o Brasil, inclusive o Presidente. Devemos ter muito cuidado, seriedade e responsabilidade na escolha do nosso candidato, pois é fundamental que exijamos destes candidatos e futuros coordenadores de nossa vida publica e comum, o conhecimento, o comprometimento e as ações efetivas para a reversão do atual cenário de degradação ambiental e destruição da vida humana no Brasil e no mundo e não somente para benefícios próprios e obscuros.

Este artigo foi elaborado pelo acadêmico Thiago Luan Alberton, do 9º Período do curso de Engenharia Ambiental, sob a orientação e revisão final do Prof. da Unisep e Eng. Florestal Marcelo Langer. Envie sua opinião para malanger04@yahoo.es

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