segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CATASTROFES NATURAIS CATARINENSES E O AQUECIMENTO GLOBAL

Artigo publicado no Jornal Folha Regional de Xanxerê, SC.

Podemos estar nos perguntando de onde vem tanta água? Se o Planeta continua o mesmo, não houve aumento do tamanho do Planeta Terra e tão pouco há água no espaço! Então com a mesma quantidade de oceanos e terras, de onde vem tanta chuva?


Ainda não é possível assegurar com certeza que tais eventos ambientais são resultados do aumento de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas. Entretanto, acompanhamos nos últimos anos que as regiões que anteriormente permaneciam congeladas por todo o ano, agora ou estão derretendo ou já perderam grande parte de sua capa de gelo.

Sabemos que este derretimento é causado pelo aquecimento da temperatura atmosférica, que nas últimas décadas elevou-se em 0,5°C. Desta maneira além do derretimento, a elevação da temperatura global eleva, também, as taxas de evapotranspiração da superfície terrestre e do oceano, aumentando assim a concentração de vapor d’água na atmosfera e consequentemente de chuvas em períodos distintos e com intensidades diversas.

Na década de 70, pesquisadores alertavam para os problemas ambientais de causa climática, que o planeta sentiria no futuro, devido ao descuido do homem com o meio ambiente. Os avisos já são mais necessários. As catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo. Aquele futuro já chegou e agora nossos desafios passam a ser dois: se adaptar à iminência de novos e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para amenizar o impacto dos fenômenos testemunhados.

O aquecimento global atual é uma soma das ações do passado com as ações presentes. Não há, a médio prazo, nenhuma alternativa energética com potencial de substituir os combustíveis fósseis em larga escala. Para mudar radicalmente as emissões, seriam necessárias intervenções muito profundas, que dificilmente seriam feitas de uma hora para outra. O ritmo de implementação das ações previstas no Protocolo de Kyoto, principal instrumento da ONU para a redução das emissões de gases do efeito estufa, está sendo mais lento do que se esperava.

Embora o aquecimento global seja irreversível, devido às alterações já realizadas no meio ambiente e a necessidade de manter o crescimento e desenvolvimento da população mundial, ele pode ser maior ou menor, dependendo dos esforços que venham a ser realizados neste século. Mais do que tudo, é preciso que haja uma ampla difusão das causas e das consequências das mudanças climáticas.

O aquecimento global pode trazer problemas graves para todo o planeta, incluindo plantas, animais e seres humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando o regime das plantações e florestas.

Algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos e/ou secas e temperaturas excessivas. O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição. Já estão sendo registrados movimentos migratórios humanos devido as alterações climáticas ambientais.

No caso do aquecimento, se o mundo parar de emitir gases de efeito estufa hoje, o problema ainda levará séculos para ser resolvido. Alguns limites já foram até ultrapassados. O melhor exemplo é o gelo ártico. Não há mais o que fazer. Não se podem esperar mais cinco ou dez anos para começar a agir vigorosamente.

Se a temperatura elevar-se em 2°C, sistemas de chuvas e secas se alteram, mas as formas de vida que conhecemos ainda conseguem se adaptar. Com uma elevação de 5°C, o clima da Terra entra em colapso exterminando a agricultura e a pecuária em boa parte das zonas tropicais, inundando cidades e tornando freqüente a ocorrência de furacões em quase todos os oceanos, inclusive o nosso Atlântico Sul. E a isso já estamos testemunhando nos dias de hoje, nosso Estado registrou oficialmente o primeiro furacão em território brasileiro.

Mesmo em um cenário mais favorável, com a elevação da temperatura em 1,0°C, parte do lençol freático irá desaparecer, paradoxalmente, as chuvas incomuns que ocorreram em 2004 (choveu em um mês mais que toda a taxa anual), as que estão ocorrendo neste mês de janeiro e que seguramente continuarão ocorrendo, aumentando a erosão do solo, assoreamento de rios, deslizamento de encostas e causa milhares de mortes, como estamos testemunhando neste momento. Novamente nosso estado está sofrendo com as chuvas, já são 30 municípios catarinenses ou em estado de alerta total ou em estado de calamidade publica.

Precisamos tomar providências políticas sérias imediatas. Pois, a situação do Planeta já é bastante critica, demonstrando na prática, o que, para os mais céticos, até pouco tempo eram somente teorias.

Este artigo foi elaborado pela acadêmica Indianara Bagatini do curso de Engenharia Florestal da Unoesc Campus Xanxerê, sob a orientação e revisão do Prof. Marcelo Langer.

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